Depressão infantil pode confundir os pais!

É triste dizer, mas a depressão não é só problema de gente grande. Estima-se que 10% das crianças tenham algum sintoma do mal em algum momento da vida. 

Na maioria dos casos, ela surge aos quatro ou cinco anos. Infelizmente muitos pais demoram a perceber a disfunção, achando que ela faz parte do jeito de ser da criança. Aliás, muitos até acham bom que o filho seja quietinho e não dê trabalho. E acreditam que o fato de ser agarrada aos pais é erro de criação, e não doença.
É importante ressaltar que os conceitos psicopatológicos infantis ainda não são muito precisos como são os dos adultos. Podemos citar como exemplo a ampla terminologia usada: transtorno, desordem, alteração, comportamento anormal, conduta desajustada, hiperatividade etc. 
A depressão infantil normalmente ocorre através de quadros atípicos, escondendo verdadeiros sentimentos depressivos sob as mais diversas máscaras como: irritabilidade, agressividade, hiperatividade, rebeldia. 
Outros apresentam dores pelo corpo, choro sentido, ou sintomas psicossomáticos como dor na barriga, na perna, vontade de vomitar, urticárias, ou ainda por sintomas emocionais como vergonha e medos
Outro empecilho ao diagnóstico correto nos pequenos é a própria dificuldade de a criança expressar o que sente daí que muitas acabam somatizando e desenvolvendo doenças por conta da depressão.
As crianças deprimidas, em sua maioria, são tímidas, fogem da companhia dos demais e não têm confiança em si mesmas, o que pode levá-las, inclusive ao suicídio (p. 31, POLAINO, 1988)".

PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS


Estes podem se apresentar de forma mascarada, como: baixo desempenho escolar, pouca capacidade para se divertir (anedonia), sonolência ou insônia, mudança no padrão alimentar, fadiga excessiva, queixas físicas, irritabilidade, sentimentos de culpa, sentimentos de desvalia, sentimentos depressivos, ideação e atos suicida, choro, afeto deprimido, facies depressivas, hiperatividade ou hipoatividade.

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS FATORES QUE PODEM DESENCADEAR A DEPRESSÃO INFFANTIL?


Segundo os estudos de Nissen em 1970 e de outros autores posteriores a ele, as causas estão relacionadas a problemas familiares.
Os problemas conjugais, os problemas financeiros, a cobrança exagerada por parte dos pais e da sociedade em relação ao desenvolvimento da criança, a falta de contato da criança com os pais em função de suas responsabilidades profissionais e necessidades de sobrevivência, o que impede que haja um vínculo afetivo positivo, são fatores que contribuem para o aumento da possibilidade das crianças desenvolverem transtornos, sendo a depressão infantil um deles, e que afeta diretamente o desenvolvimento psico-social e acadêmico da criança.

Além disso, podemos destacar outros fatores: a morte de um dos pais, dos avós ou de um ente querido muito próximo, de seu animalzinho de estimação, maus tratos dentro da família; filho indesejado, filho somente de um dos pais; alcoolismo, entre outros.


QUAL O CRITÉRIO MAIS UTILIZADO PARA DIAGNÓSTICO?


Entre os critérios existentes para diagnosticar a doeça, o de Poznanski tem sido o mais utilizado e considerado o mais eficiente.
Esse critério leva em consideração:
- humor, conduta ou aparência depressiva;
- pelo menos quatro (probabilidade) ou cinco (segurança) dos seguintes sintomas: retraimento social, problemas de sono, queixas ou fadiga, hipoatividade, anedonia, baixa auto-estima, dupla patologia, ou seja, a depressão acompanhada de uma outra patologia como por exemplo enurese, fobia escolar, tricotilomania e outras, dificuldade no trabalho escolar, ideação mórbida ou ideação suicida;
- duração dos sinais e sintomas acima por no mínimo um mês.

 

COMO OS PAIS E OS PROFESSORES PODEM AJUDAR?


Não desejamos que os pais levem a criança para um profissional quando a DI (Depressão Infantil) já está instalada. Se os pais observarem mais seus filhos em casa poderão notar que algo de errado está ocorrendo com eles e nesse momento buscar ajuda para solucionar os conflitos e a intervenção sem sombra de dúvida, será muito mais efetiva.
Por outro lado, conhecer as atividades da criança na escola antes da sintomatologia é muito importante. A escola vai exercer um papel importante no diagnóstico, pois quando se instala uma DI em uma criança, os primeiros sinais são o baixo rendimento escolar e a dificuldade em realizar as tarefas, devidos à falta de concentração.
Durante o tratamento, estimular a criança a brincar, participar de atividades recreativas e esportivas auxiliam no sentido de melhorar seu humor e manter contato com outras crianças. Na DI essas atividades não são contra-indicadas, pelo contrário devemos estimulá-las constantemente.

COMO É A AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA DA CRIANÇA?


Deve-se lembrar que a criança nunca vai dizer que está deprimida. Será observado essa depressão de forma mais clara através dos desenhos e de testes específicos. 
Portanto a avaliação psicológica é fundamental como forma complementar e de auxílio de diagnóstico.
É muito importante, tanto para o médico quanto para o psicólogo, procurar sempre conhecer a dinâmica familiar em toda a sua extensão no sentido de buscar a causa da DI na criança e a partir dela fazer uma intervenção direta. Em algumas situações os pais devem, também, ser orientados a uma terapia familiar.

COMO É O TRATAMENTO PARA DEPRESSÃO INFANTIL?


O tratamento da depressão deve estar baseado em dois pilares: o medicamentoso e a psicoterapia. Esta última é imprescindível, pois em muitas depressões leves a psicoterapia é suficiente para curá-la. Em depressões mais graves, devemos associar os dois.
  
COMO PREVENIR?
Quando os pais estabelecem laços mais afetivos 💛 com seus filhos, acabam por estimulá-los no seu desenvolvimento psico-social.
Sabemos que é uma meta difícil, pois os problemas sociais e econômicos são alheios a sua vontade, que somados aos problemas conjugais e uma possível separação dos casais, esses problemas aumentam consideravelmente, acarretando grandes conflitos nos filhos, principalmente, nos menores. 

POR ISSO, ATENÇÃO:
O pequeno deprimido é muito diferente da criança tímida, que se sente bem em pequenos grupos ou mesmo sozinha. Esses pacientes não estão bem nunca em nenhum lugar. 
Na depressão infantil também há um componente genético, que pode ser disparado por gatilhos como lutos, perdas, separação dos pais, mudanças estressantes no dia-a-dia. Sem tratamento, a doença compromete o desenvolvimento dela e o rendimento escolar. 
Além disso, será mais propensa a usar drogas na adolescência. 
Os adultos (pais, professores e responsáveis) devem ficar atentos quando a criança não apresenta, ou deixa de ter, os comportamentos típicos dessa idade, como a curiosidade, o fato de querer estar sempre explorando o ambiente, a vontade de brincar. Se ela fica permanentemente quieta, se nenhuma brincadeira interessa, se não tem curiosidade para explorar, fica insegura quando está longe dos pais ou ainda, se vive com dor de cabeça, de barriga, com o sono ou com o apetite alterados, isso é um sinal de alerta. 

Fonte:http://www.pediatriaemfoco.com.br/http://www.tdah.org.br/

Comentários

Artigos mais visitados!

Auto sabotagem.

Caixa da raiva: o melhor recurso Contra a RAIVA e a IRA das crianças

A dupla jornada de trabalho: mães esgotadas com Síndrome de Burnout

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Torne-se um colunista também! Envie um e-mail para evelyntogni@hotmail.br